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Quer ganhar todas as batalhas? Não vai funcionar!!!!

  • Foto do escritor: Luiz Totti
    Luiz Totti
  • 26 de ago. de 2019
  • 5 min de leitura

Atualizado: 27 de ago. de 2019

A decisão de transformar sua vida em uma viagem ou em uma guerra é sua e ter um plano sólido para o futuro é um fator chave



 

A vida pode ser uma viagem, uma aventura ou uma guerra. Tudo depende de como você encara as batalhas que lhe são oferecidas, e olhe que a cada dia enfrentamos um inimigo diferente, daí a expressão “matar um leão por dia”. E esse leão está, invariavelmente, dentro de você, seus demônios internos buscando corroê-lo e corrompê-lo, destruir sua confiança e fazê-lo desistir de si mesmo. Mas há muitos leões no mundo exterior, situações e atitudes inesperadas, na vida pessoal e com maior frequencia, na vida corporativa. Infelizmente não há uma receita para a vida e, se houvesse, que chato que seria, pois nos tornaríamos previsíveis, cópias de nós mesmos, múltiplos seres de uma única matriz, como sonhado por Aldous Huxley em sua obra prima Admirável Mundo Novo.


A vida vai ser uma viagem se você conseguir domar seus demônios internos, e transformá-los em catapultas de desenvolvimento. O não sofrer com o fogo que te consome internamente te faz mais forte, e ao aceitar que não tem domínio nem controle sobre tudo, você faz com seus dias sejam muito mais tranquilos. Mudar o que está ao seu alcance, aceitar o que não pode mudar e, principalmente evoluir os pontos que te enfraquecem fará com que você aproveite muito mais a vida e a transforme nessa viagem. O auto conhecimento é fundamental, bem como a ajuda de pessoas e profissionais que podem fazer uma enorme diferença no seu processo de desenvolvimento: mentores, coaches e psicólogos podem te ajudar a ver o que sua miopia interna não te permite. Permita-se.


Já no mundo externo e, principalmente no mundo corporativo, os desafios são muito maiores pois não se apresentam de uma forma já conhecida, não diz respeito ao seu auto conhecimento, mas a pequenas bombas lançadas dentro da corporação. Cada empresa, cada sociedade e cada corporação estão tomadas por pequenos homens e mulheres bombas, dispostos a criar um caos a cada momento, e é nossa obrigação reconhecê-los e lodar com eles da melhor forma possível. Um outro ponto importante é que, dentro de uma equipe (assim como em uma família, escola, igreja.. típico dos seres humanos), existem pontos de vistas diferentes, e formas ainda mais distintas de defendê-los; em alguns casos, um bom colega se transforma em um homem-bomba quase que imediatemente, entornando pequenas batalhas que querem vencer a qualquer custo. E aí entra um ponto extrememente importante se você quiser desenvolver uma inteligência corporativa que o diferenciará dos demais e o colocará em outro nível de atitude: escolha quais as batalhas você quer brigar.


Como eu disse antes, haverá múltiplas situações em que você será impelido a agir e a primeira reação é partir para ter razão em todas elas, para provar seu ponto. Mas será que precisa? Será que provar para toda a organização que você está certo o tempo todo é a melhor maneira de construir alianças e desenvolver a arte da política? Eu, humildemente, penso que não... Mas Luiz, dirão alguns, então tenho que demonstrar fraquezas o tempo todo? Em primeiro lugar é preciso entender o que é fraqueza: para muitos (e aqui digo muitos mesmo!), fraqueza é perder uma única discussão e não fazer valer seu ponto de vista. Pois eu te digo, pela experiência que eu tive em muitas empresas, que fraqueza é justamente o contrário: é querer provar estar certo em toda e qualquer discussão, debate ou atividade. Esse é um dos piores perfis que existe na corporação, reflexo da sociedade. Quer ver como é isso na forma mais selvagem do ser humano? Entre em qualquer post um pouco mais polêmico de esporte, religião, moda, música ou política e leia os comentários on line. Conte quantos tiveram e vejam quantos estavam tentando impor uma posição e quantos estavam tentando moderadamente mostrar as duas facetas de um mesmo fato. Chato, não é? Pois é exatamente a mesma coisa numa corporação. É o chato!

Então, como escolher as batalhas que quero perder e as que quero ganhar? Não é fácil, mas você precisa conhecer muito bem qual é a sua visão de longo prazo e, aqui, a má notícia: se você não tem uma visão de longo prazo, talvez seja a razão pela qual você quer ganhar todas as discussões. Uma vez bem definido onde você quer chegar, você irá notar que há pequenas coisas que não irão atrapalhar você de chegar lá e é muito mais saudável apenas desistir dessa batalha enquanto foca naquilo que realmente pode ser um fator diferencial em seus planos, ou uma situação que pode impor uma barreira intransponível ao que quer atingir.

Vamos tentar dar um exemplo: imagine que você tem como meta fazer uma viagem a Paris com um vôo direto pela companhia aérea “A”, mas sua esposa (não... aí não funciona, pois as esposas estão sempre certas, então não valeria a pena :-)), quer dizer, seu colega de trabalho quer fazer uma parada em Londres para rever um amigo. Você tem duas opções: discute e força a situação a um ponto que talvez seu amigo desista da viagem e abala a amizade ou aceita a mudança, ainda que a contra gosto, pois afinal, o seu plano era chegar a Paris e irão juntos, como bons amigos que são? O que lhes parece? Agora, digamos que o desejo de seu colega seja ir para Berlim em vez de Paris e ele tenta, de todas as formas, convencê-lo de que é a melhor opção. E agora, o que lhes parece? É conveniente aceitar uma mudança de planos para satisfazer a um grupo maior de pessoas e AINDA assim chegar a seu objetivo e, portanto, é uma batalha que você pode escolher perder. Agora, se a batalha o tirará do foco de seu plano de longo prazo, então esse é uma que você tem que batalhar para vencer, ainda que signifique perdas no meio do caminho. No final das contas, é melhor estar feliz no fim da viagem em que você transformou sua vida.


Entretanto, sua vida pode se transformar em uma aventura se conseguir, pelo menos, controlar um dos dois demônios, ficando muito mais sujeito a altos e baixos do que você gostaria, além de ficar muito mais exposto a crises de ansiedade e sentimento de derrota.


Agora, se quiser fazer de sua vida uma verdadeira guerra, entre de cabeça em qualquer batalha que se oferecer a você... lute ferrenhamente para estar certo a cada segundo, a cada discussão e em cada projeto. Faça de seu objetivo diário não somente matar um Leão, mas matar a todos e veja como você chegará em casa no final do dia. Muitas crises de ansiedade e raiva vêm do fato de não sabermos escolher como, quanto e com que intensidade vamos lutar. E, ao começar o outro dia, como no filme Feitiço do Tempo, você estará lá, amanhã, pronto para começar o mesmo dia, fazendo as mesmas coisas, sendo “o chato” e jamais conseguindo fazer a carreira que sonha, pois seu sonho não consegue ir além da próxima batalha. Que começa às 8 da manhã e termina às 5 da tarde.

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