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Os Juros, o PIB e a Hora dos Talentos

  • Foto do escritor: Luiz Totti
    Luiz Totti
  • 9 de jun. de 2010
  • 3 min de leitura

Atualizado: 23 de jan. de 2019


Hoje foi divulgada a nova taxa SELIC de juros: 10,25%, uma alta de 0,75 pontos percentuais ante o último valor estipulado em Abril, que era de 9,5%. Duplo dígito, de novo! Desde que a taxa chegou a 9,3% em Junho do ano passado a taxa básica de juros estava se mantendo abaixo de 10%. O objetivo, é claro, manter a inflação sobre controle. Subindo os juros, desestimula-se o crédito e, consequentemente, o consumo, fazendo com que a economia se esfrie, reduzindo assim a possibilidade de gargalos e a alta especulativa de preços. A origem desse aumento de juros não está somente nos indicadores de inflação, que já ultrapassa 5,5% nos últimos 12 meses, mas também no forte crescimento que o Brasil apresentou no primeiro trimestre de 2010.

Ontem tivemos a confirmação do crescimento do PIB brasileiro no primeiro trimestre, com uma marca impressionante de 9% sobre o mesmo período do ano anterior. Claro, há de se dizer que em 2009 a economia estava completamente afetada pela crise global e, portanto, a base de comparação é muito frágil. Entretanto, se compararmos o primeiro trimestre com o último de 2009, também há um forte crescimento de 2,7%, o que indicaria, numa projeção linear, crescimento acima de 12% ao ano.

Os gráficos abaixo mostram a relação entre o crescimento do PIB e a ação do Banco Central com a taxa de juros.

Gráfico 1 – Crescimento do PIB comparativamente ao trimestre anterior


Gráfico 2 – Crescimento do PIB comparativo ao mesmo trimestre do ano anterior

É claro que essa realidade virtual de 12% não irá se concretizar. Levantamento da CNI feito em Abril, embora aponte um aumento na utilização da capacidade fabril, também indica uma queda de quase 5% no faturamento real dessazonalizado e de 3,4% no total de horas trabalhadas. A confiança do empresariado caiu para 66,2% após um pico de 69% no final de 2009.

Mas ainda assim o crescimento do PIB em 2010 deverá superar os 7%, ainda assim acima do PIB potencial que, para o Brasil está em torno de 4 a 5%. A boa notícia é que uma boa parte desse crescimento foi em função da Formação de capital fixo (basicamente construção civil, máquinas e equipamentos), com 7,4% sobre o final de 2009 e 26% sobre o início de 2010. Números impressionantes e que indicam que está havendo uma preparação da indústria para um crescimento de longo prazo e sustentável, o que poderá elevar o nosso PIB potencial para números mais altos e criar um ciclo virtuoso.

Enquanto isso não se converte em realidade, ainda sofreremos com a falta de boas estradas para escoar a produção, com portos despreparados para um transporte efetivo e de baixo custo e com a falta de aeroportos decentes para a ampliação dos negócios globais.

E, com um crescimento de PIB dessa magnitude, pode-se entender por que determinados setores já encontram escassez de mão de obra qualificada: a economia cresce em um ritmo maior do que a capacidade de formar profissionais diferenciados, fazendo a alegria dos Head Hunters, que trabalham freneticamente para encontrar, no mercado, os talentos para seus clientes.

Por isso, se você tem em sua equipe profissionais que fazem a diferença, é bom olhar com muito carinho a forma como você está cuidando do desenvolvimento e da carreira de cada um deles. Se você não se importa com isso, certamente alguém irá se importar.

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