O poder da rotina
- Luiz Totti
- 11 de mai. de 2011
- 2 min de leitura
Sempre fiquei muito confuso com relação aos benefícios ou prejuízos causados pela rotina. Aliás, acho que nunca soube definir claramente o que é a rotina e, sinceramente, mesmo sem saber, sempre a odiei. Todos os assessments que fiz até hoje (MBTI, DISC, feedback 360 etc) têm em comum comentários sobre minha preferência para melhor performance em ambientes que permitam a complexidade, a inovação, a constante mudança e é fato que sempre trabalhei para fazer coisas novas, mudar conceitos, abrir novos horizontes; essa minha inquietude tem sido o norte da minha carreira. Acontece que estou, pouco a pouco, com a experiência da vida (não confundam com ficar velho, longe disso!!!), entendendo um pouco mais o enorme poder que a rotina tem em nossas vidas. Também não estou ficando louco... ou talvez esteja, e pode ser que isso seja bom. Afinal, o que é a rotina? Cresci com a idéia de que rotina é aquilo que a gente faz todo santo dia igual (como diz Chico Buarque: “todo dia ela faz tudo sempre igual...”), aquele negócio de acordar cedo, ir prá escola, voltar, almoçar a comidinha da Vó Ia, fazer lição, brincar e dormir... aos Sábados acompanhar meu pai no campo de futebol, nos Domingos comer macarrão e assistir televisão. Previsível. Sim, rotina era algo previsível que, com o passar dos tempos e com o aumento da complexidade da vida, se tornou absolutamente “chato”, entorpecendo a vontade, quase levando à loucura, tamanha a insanidade de ficar mecânica e roboticamente fazendo os mesmos movimentos, as mesmas coisas, as mesmas piadas... rotina? Sim... quer dizer, não! Hoje eu chamo isso de monotonia... É a monotonia, e não a rotina, a causadora desse desânimo, dessa falta de vontade de ir além, da vontade de ficar parado. No ambiente de trabalho temos na rotina uma forte aliada da performance, pois através de uma agenda bem definida criamos o que pode ser chamado de comprometimento informal, ou seja, todos têm bem claro os passos que devem ser dados para executar e seguir o que foi planejado e não se faz mais necessária a cobrança e a pressão para execução; o simples fato de se possuir um roteiro a ser seguido permite a auto avaliação e interdependência entre as diversas áreas. Sem a rotina, não se tem o controle; sem o controle, não se tem a eficácia necessária para o alto desempenho. E o alto desempenho significa, essencialmente, evitar a monotonia. Já na vida pessoal não é necessário tanto controle, mas a certeza de que há o comprometimento informal de todos dentro do circulo familiar para com o mesmo objetivo, e a rotina da casa passa a ser a espinha dorsal do relacionamento. Principalmente quando se estipula, consciente ou inconsciente, que a rotina principal de um lar é realizar e executar tudo juntos, e, juntos, criarão a rotina, mas evitarão a monotonia. Como disse antes, passei a gostar e a entender o poder da rotina, pois me permite desenvolver algo que é imprescindível para o sucesso: disciplina. Ah, e além de definir papéis, estabelecer controles e fazer follow-ups, inclua na rotina certa dose de bom humor e diversão e, para evitar a monotonia, deixe um tempo para interagir com as pessoas, observar o ambiente e criar novas alternativas.
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