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Nosso osso duro de cada dia

  • Foto do escritor: Luiz Totti
    Luiz Totti
  • 23 de jan. de 2018
  • 2 min de leitura


Despreparados, organizados e absolutistas, lidam com pessoas como lidam com coisas. Alheios às necessidades mais básicas de qualquer ser humano, se julgam acima do bem e do mal e agem como se tudo soubessem. Ancorados pela explicação simplista de uma carreira conquistada a duras penas, aguardam e exigem que seus liderados sejam como eles foram, e entendem as diferenças como rebeldia. Sob a couraça da alegada sabedoria que lhes foi imputada pelas dificuldades de um tempo passado, crêem na gestão pela autocracia. Entendem grosseria com liberdade de expressão e fazem suas próprias leis a fim de manter o status quo.


Em seu tempo, as longas jornadas de trabalho significavam engajamento e o poder uma conquista que não se delega. Agora cada vez mais encurralados pela avalanche de novos modelos e conceitos provocada pelas mudanças culturais e geracionais, se perderam completamente no tempo. Vivem a dicotomia entre ser líder ou ser chefe e às vezes até traem suas próprias convicções, mas muitas vezes ainda seguem incólumes em seus postos de trabalho, dentro de suas salas fechadas controladas por uma secretária.


Solitários, em virtude de seu ostracismo de ideais ultrapassados, refletem saudosos sobre seu passado e desejam vigorosamente o que não mais terão em seus mandatos que chamam de gestão. Muitas vezes, e oportunamente, ainda reinam autocráticos em suas decisões que têm como premissa rechaçar aqueles que os desvendam e, assim, podem sentir o derradeiro sentimento do poder ainda em suas mãos. Então demitem, humilham, assediam. Não sabem ou não querem saber, que o que foi não serve mais e, mal imaginam que foi exatamente esse estilo de gestão que aprenderam a ser, que fez criar os novos modelos de relações no trabalho. Estão por saber que nos dias atuais, são somente vítimas de uma pseudo liderança que lhes ensinaram e que já teve seus momentos de glória absoluta, mas que não cabe mais no dia-a-dia das corporações modernas.


Que bom que alguns já têm entendido esse movimento. Isso os faz sofrerem menos. Àqueles que ainda relutam e agem enlouquecida e desesperadamente no sentido de evitar essas mudanças, muitas vezes lhes resta a lei. Mas, por sorte, já agonizam em suas crenças e por isto mesmo serão diligentemente substituídos. Não tardará e inverterão seus papéis, restando-lhes outras possibilidades, se souberem se permitir a isso. Do contrário, serão eliminados dessa rotina corporativa que ajudaram a construir justamente por estarem absolutamente ultrapassados.


Que osso duro de roer...

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