Mudar para sobreviver ou se adaptar para crescer? - Parte II
- Luiz Totti
- 3 de abr. de 2010
- 3 min de leitura
Atualizado: 23 de jan. de 2019
Em meu primeiro artigo sobre gestão desse blog, eu escrevi sobre a uma palestra do escritor indiano Dr. Anil Gupta a respeito de seu livro "The Quest for Global Dominance - Transforming Global Presence into Global Competitive Advantage", escrito em parceria com Vijay Govindarajan e Hayan Wang. Dono de extenso currículum acadêmico, maiores informações a respeito do Dr. Anil Gupta podem ser encontradas no site www.anilkgupta.com.
Segundo o Dr. Gupta, são 4 as principais estratégias para uma empresa poder transformar sua presença Global em uma Dominância Global:
#1 - Ser mais incisivo com relação a mercados emergentes
#2 - Aperfeiçoar a arte e a ciência da inovação frugal (sóbria, simples)
#3 - Criar uma organização multi-polar porém altamente organizada
#4 - Cultivar um mentalidade Global
Naquele blog, eu explorei um pouco sobre o item #2 acima. Hoje, quero falar sobre o item #3 A posição do Dr. Gupta sobre como transformar uma presença Global em vantagem competitiva passa pela mudança do “velho” para o “novo” modelo de organização. Alguns escritores modernos (como por exemplo Ancona, Kochan, Scully, Van Maanen, Westney, em “Managing for the future”) dizem que o modelo moderno de organização deve ser flexível (do cliente e para o cliente), “flat” (reduzindo os níveis organizacionais), diversa (por sexo, etnia, opções pessoais mas principalmente por comportamentos culturais), integrada (conceito de equipe versus indivíduo) e Global (ao invés de ser somente Internacional). Ao criar uma organização multi-polar porém altamente organizada, podemos claramente ver detalhes de como se tornar “flat”, diversa e Global.
Vamos começar com o sistema hierárquico tradicional: CEO e todo o alto comando da corporação, com seus poderosos líderes (tanto para os negócios como para as funções) ficam baseados no Head Quarter e um sistema “espelhado” de gestão (com diretores locais reportando diretamente aos seus superiores num organograma similar) no país ou região. O Comando próximo das operações táticas e estratégicas, porém longe da execução.
No Segundo modelo, uma pequena evoulção acontece: a estrutura principal permanece a mesma, mas, para dar mais velocidade na tomada e implementação das decisões, um Gerente Geral regional é posicionado, mantendo a organização com os mesmos níveis hierárquicos. Entretanto, a primeira linha de comando permanece no HQ, próximo ao comando, porém, cria-se um foco regional.
O terceiro modelo propõe uma mudança conceitual: o Gerente GEral local se transforma em um CEO regional e, mais importante, a linha de reporte contínua dos Diretores de Função/Negócios locais é quebrada para uma linha tracejada, mantendo o reporte direto mas tendo a liberdade de criar a estratégia local. A estratégia é, então, movida do HQ para a região, próxima ao cliente, criando uma aceleração empreendedora dos mercados emergentes.
Finalmente, a mudança estrutural: parte dos principais líderes agora são transferidos para as regiões, levando a estratégia, a tática e a execução para onde o dinheiro está, criando uma espécie de virtualização do HQ. Esse movimento reduz o tempo de resposta, torna a companhia muito mais familiar com o ambiente local e a leva a se tornar Global ao contrário de ser apenas Internacional.
Todos sabemos que mudanças não fazem todos felizes, e alguns dos especialistas e gurus podem dizer que há muito mais marketing do que eficácia nessas mudanças, ou que o novo modelo Gerencial pode incorrer nos mesmos erros do modelo anterior, mas eu não tenho dúvidas: funciona! E essa mudança fará a diferença para qualquer companhia que queira crescer e se tornar muito sólida nesse novo e brilhante mundo que emerge da escuridão econômica que vivemos no final de 2008 e em 2009.
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