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Feliz dia do “é pavê ou pacumê”?

  • Foto do escritor: Luiz Totti
    Luiz Totti
  • 18 de dez. de 2019
  • 4 min de leitura

No Parque de diversões chamado vida, chegamos na última volta da última montanha russa do ano.

 

Estou aqui, sentado à frente do computador por alguns minutos, tentando imaginar como eu iniciaria esse texto o final de ano. Por alguma razão desconhecida a criatividade abortou sua missão de aparecer e eu me senti em um daqueles memes de WhatsApp em que a frase é digitada e apagada multiplas vezes. Sempre com um sentido diferente. Pior: as únicas coisas que viam à mente eram as piadas que os tiozões (menos eu) fazem nas festas de final de ano. Pavê ou pacumê é a mais tradicional delas, embora haja muitas com o perú do Papai Noel. Ah, e nas maledetas uvas passas! Em tudo. Arroz. Guirlanda. Farofa. Coca Cola. Salada. Presépio. Saboneteira. Papel Higiênico. Tudo!


Já houve um tempo em que eu comparava a vida a um voo de dirigível, a liberdade de ir onde eu quisesse, sem um rumo ou destino, ao sabor dos ventos, uma cabine pequena onde cabiam poucas pessoas. Ao final de cada vôo de 365 dias, pousava em um lugar e retomava, algumas trocas de passageiros. Mas a gente cresce, evolui e o dirigível e sua rota incerta, sua dependência do sabor dos ventos já não atende mais...


A vida como um Zepelin: liberdade e sem destino certo

Depois passei a ver a vida como um trem: a cada estação, depois de 365 Km, uma parada e muita gente descia dos vagões, alguns para seguirem com os anjos, outros que já não se sentiam mais confortáveis naquele trem e alguns outros que eram retirados por não compartilhar dos mesmos valores e crenças. A rota, estável e segura. Alguns incidentes, algumas paradas, porém, viagens estáveis. A sensação de estar nos trilhos é boa!


A vida como um trem: a cada estação, uma surpresa

Hoje em dia eu vejo a vida como um parque de 12 montanhas russas nas quais damos 365 voltas. As subidas são lentas e prazerosas, com calma observamos o horizonte surgindo aos poucos, ouvimos os pássaros e encontramos imagens fofíneas nas nuvens. Mas do nada, assim, de repente, despencamos em uma queda vertiginosa, deixando nosso estômago, cérebro e racionalidade lá no alto. E assim vamos, de uma para outra ao longo do ano. Não existe mais aquilo que nossos avós costumavam chamar de “sossego”. Acabou o sossego.


A vida como uma montanha russa: suporte e estrutura são fundamentais

Alguns se desesperam, outros congelam, outros ainda conseguem se divertir. Esses são os que sabem que, para a montanha russa funcionar, existe uma equipe que cuida da manutenção e aperfeiçoamento. Existem operadores que garantem a segurança de cada volta. Existem equipes de emergência que ali estão em caso de qualquer eventualidade. E existem aqueles que vão com você no carrinho, às vezes te amparando, outras segurando sua mão mas, na maioria das vezes, te dando o apoio e a coragem para se arriscar em uma outra montanha russa.


Como na montanha russa, o que previde grandes acidentes em nossas vidas são os trilhos, a estrutura e a confiança que temos nas pessoas que mantém, operam e as que estão ao nosso lado a cada volta! Não teria como listar o nome de todo mundo que fez parte desse parque de diversões chamado vida em 2019, mas quero muito agradecer minha família e meus amigos, meus colegas de trabalho, meus vizinhos. Também agradecer a ilustres desconhecidos que fizeram minha vida mais fácil, como caixas de supermercados, garçons, equipes de vôo, médicos, tantos outros profissionais com quem interagi. Menção super honrosa aos malucos-doidos do Baú do Rock, povo sem noção que faz com minha criatividade seja sempre colocada à prova, além de me fazer rir como se não houvesse amanhã. Mas nada disso seria minimamente possível não fosse pela onipresença em minha vida da mulher mais especial da face da Terra, a Dona onça, a patroa, a Tia Totti: obrigado, Eliana, por supervisionar todo o paque de diversões e garantir que eu estivesse seguro a cada passo.


Mas como nas montanhas russas, às vezes acidentes acontecem, e nesse ano aquela que me trouxe à vida nos foi tirada no meio de uma volta para não mais voltar. Descanse em paz, minha mãe!


Vocês não sabem o quanto eu hesitei em começar esse meu texto com a frase “2019 foi um ano muito difícil...”. Acho que escrevi e apaguei uma dezena de vezes, e decidi não fazê-lo. Mas que foi, foi! Mas foi um ano muito especial em muitos sentidos, um ano de aprendizados, surpresas e crescimentos intelectual, espiritual e lateral (muito). Um ano que jamais será esquecido.


O parque de diversões chamado 2020 está batendo à porta com novas aventuras e novas montanhas russas para o início da terceira década do século XXI. E se tem uma coisa que eu tenho certeza é a de que vou me divertir horrores, vou curtir cada volta, cada momento, porque tenho ao meu redor as melhores pessoas que a vida poderia ter me oferecido.


A todos vocês um feliz dia do “é pavê ou pacumê”, se entupam de “rabanada ou rabatudo” e não se esqueçam de limpar a boca com o “guardanapo ou tiranapo”.

 
 
 

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