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Eu vou escrever no muro: hoje é o passado do futuro

  • Foto do escritor: Luiz Totti
    Luiz Totti
  • 27 de ago. de 2010
  • 3 min de leitura


Não sei bem qual foi a intenção de Tico Terpins quando ele colocou a frase acima na música “A lâmpada de Edison”, mas hoje, ouvindo enquanto ia para o trabalho, a percebi como uma metáfora da vida, sob todos os seus prismas.


Na vida pessoal, a metáfora te leva para o campo dos seus sonhos. Viver o hoje como se fosse o último dia não vale a pena, pois viver dessa maneira pressupõe o fato de que não existem mais sonhos, não existem anseios, não existe a chance de se apaixonar novamente a cada amanhecer. O metafórico muro é o nosso universo, que registra seus pedidos num livro de capa dourada para um dia devolvê-los na forma de realidade. Escreva no muro o seu desejo e, ao percebê-lo realizado, entenderá por que o hoje é o passado do futuro.


Na nossa vida profissional, é a própria metáfora do planejamento, seja ele de crescimento de negócios ou de desenvolvimento de pessoas. E aqui eu quero discutir um pouco mais sobre o tema. Falar sobre desenvolver pessoas é uma das coisas mais comuns nas corporações de hoje em dia, fazendo parte de KPIs, metas de performance e parte constante da missão e dos valores das empresas. Normalmente se faz uma avaliação de perfil do indivíduo e, comparando com o perfil da posição onde você, gestor, o imagina em algum tempo, define-se os gaps e os preenche com uma série de cursos, treinamentos e mudanças comportamentais desejáveis. Esse é o muro: o local onde escrevemos o passado de cada um dos membros da nossa equipe. O único problema é que muitos escrevem no muro com giz ou tijolo de construção (relembrando Renato Russo – hoje estou musical...) e, logo após a primeira tempestade, o que ali estava escrito se esvai e o muro volta a ficar em branco; ou seja, o hoje não é base forte o suficiente para ser um bom passado para um grande futuro.


E por que é que muitos tem somente giz ou tijolo de construção? Por que os planos são geralmente construídos na base dos anseios de quem lidera, com pouca interação entre o gestor e as equipes, criando uma desconexão muito grande com relação ao objetivo de cada um. E muitas vezes deixam de ser cumpridos por restrições as mais diversas, como a de tempo, a de recursos financeiros e a de motivação, de ambas as partes, para fazer com que aconteça o que foi planejado.


A saída não é simples, mas, para mim, criar motivação é o primeiro passo para criar um ambiente de desenvolvimento que, a meu ver, deve passar pelos seguintes passos:

  • Crie um ambiente de confiança e de alta integração – reunir a equipe toda de forma sistemática para tarefas de integração é um ponto muito importante. Relaxar e se divertir são chave.

  • Comunique metas claramente – divulgar as metas de sua empresa/divisão a todos os funcionários e repetir consistentemente a informação faz com que todos olhem para a mesma direção

  • Compartilhe os resultados – fazer com que todos os níveis participem, ao menos esporadicamente, das reuniões de resultado satisfaz a necessidade de que todos devem estar cientes do resultado de seus esforços

  • Dê feed-backs – falar claramente sobre sua percepção sobre determinado fato, e procurar reforçar sempre o lado positivo e as possibilidades de melhora

  • Dê responsabilidades – delegar atividades e permitir às pessoas que exerçam seu talento é uma tarefa fundamental. Todos no grupo devem ter alguma tarefa de que possam se orgulhar da execução.

  • Seja criativo – utilizar recursos próprios para treinar as pessoas é uma saída barata e eficiente, como usar experts como multiplicadores de conhecimento

  • Estabeleça planos de desenvolvimento em comum acordo com o funcionário e acompanhe o progresso. Se no momento houver alguma restrição, faça-a clara e determine o momento de voltar a falar no assunto.

  • Comemore as conquistas – por menor que seja e mesmo que seja de forma simbólica (uma salva de palmas, um grupo de abraço), comemorar é um fator altamente positivo.

  • Divirta-se – encontrar motivos para se descontrair mesmo quando a tensão é extrema é importantíssimo para o bem estar do grupo e ajuda a manter o foco. Acreditem: é verdade!

Ao seguir esses passos, você não somente irá escrever no muro com uma tinta mais permanente, como verá que um novo muro estará sendo construído com as frases não escritas, mas encravadas no cimento.


E o metafórico muro servirá, então, como base para a criação de outro muro, ou seja, uma nova geração de grandes potenciais não só para a empresa, mas também para o mundo.


Ah, e se você não sabe quem é Tico Terpins, foi o líder da banda de rock paulistana Joelho de Porco, um dos mais divertidos grupos que já ouvi até hoje. Quem quiser ouvir a música (composta em 1976, quando eu ainda era uma criança) e ver a letra, clique no link (não patrocinado... rsrs):

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